sexta-feira, 20 de maio de 2011

Na ponta da língua estava mais do que a vontade de falar. Mais do que a vontade incrontrolada de apreciar um bom vinho. Mais do que um discurso pronto e convincente. Mais do que a letra da música que não cançava de se repetir na mente...

Na cabeça estavam mais do que cálculos. Mais que racionalidade. Mais que argamassa....digo, cérebro. Mais que razão. Mais que verdade ou realidade.

Nas veias estava mais que sangue quente, corrente e pulsante...

No coração estava mais do que amor. Mais que batidas desnorteadas. Mais que sentimentos ou energia.

Nos dedos? Mais, muito mais que um anel...

Na lembrança mais do que bons momentos. Mais que saudade. Mais que tristezas ou alegrias.

E dentro, lá dentro...bem no fundo...mais, muito mais do que a ausência, medo, vazio, incerteza, insegurança, mais que tudo. Ao mesmo tempo...nada. O vento soprava, batia e ecoava, lá dentro...ecoava a incerteza de não saber se continuava a soprar ou se desistia de alguém tão cheio e vazio de si....

Diante da incerteza do vento pôs-se a chorar. Pobre menina incapaz de viver simplesmente por não saber quem era ou o quanto podia oferecer ao mundo. Pobre menina incapaz de se auto avaliar ou de simplesmente se rebelar. Pobre menina perdida entre mundos e fundos, afogada num abismo que criara. Pobre menina capaz de viver e morrer sem nem mesmo saber o porque. Pobre menina, incompreendida.
Pobre menina...sonhara provar ao vento que valia a pena soprar ali dentro.

2 comentários:

  1. à cada post, me encanto com a forma que você conduz as palavras, mas ao mesmo tempo fico com uma pontinha de "preocupação".
    A-D-O-R-O ler seu blog... rs...

    Aguardando novos posts e em breve (quem sabe) um livro, né?

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  2. e o vento vai embora .... ou fica assim ?

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