terça-feira, 20 de julho de 2010

Partiu e não olhou para trás. 
Não fechou a porta nem pegou as malas. Partiu e não quis saber. Não se despediu nem tirou uma última foto. Não deu o último beijo nem deixou um bilhete de amor. Teve pressa demais. Não apagou as luzes nem arrumou a cama. Foi sem se preocupar e sem fazer barulho. Foi sem sorrir.
Era sábado e fazia sol. Primavera.
Flores brindavam a estação. Crianças soltavam pipas na rua e casais enamorados desfilavam agarrados nas próprias mãos.
Há quem diga que você queria ver o mar. Há quem diga que você queria me ver.
Partiu sem dizer pra onde e sem ter porquê. Levou sonhos, lembranças e sorrisos. Levou metade de mim e da torcida do Flamengo. Não disse quem errou.
Partiu sem explicar, sem reclamar e sem abraçar...mas fez chorar.
Pássaros deixaram de cantar, flores deixaram de brindar a primavera e o sol se escondeu - provavelmente pra não me ver chorar. O dia se fez cinza e a maré baixou.
Tristes anjos anunciaram com suas harpas a sua partida. As nuvens não dançaram.
Formigas pararam de andar para lá e para cá. Crianças pararam de brincar. Os peixes, naquele dia, não brincaram em seus cardumes na beira da praia. 
Tudo perdeu a cor por um instante.
Os bares ficaram vazios e seu time não quis jogar. 
O mundo parou e me ouviu chorar. Chorar até soluçar por saber que você não iria voltar.
O mundo parou e me ouviu gritar de medo, de saudade e desamor.
O mundo parou e ficou de luto comigo, respeitou a minha dor.
Você partiu sem olhar para trás. Sem fechar a porta e sem apagar a luz.
Partiu com a certeza de quem sabe que vai voltar. Certeza de quem sabe que 'vai ali e já volta'...
...mas, você partiu e não voltou...levou metade de mim e da torcida do Flamengo.

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