quarta-feira, 14 de julho de 2010

Se fosse só sentir saudade...

...mas tem sempre algo mais...



Saudade sempre foi saudade.

O mesmo aperto no peito que nos tira o sono e a calma. Aquela vontade de chorar sem motivo aparente e sem hora para acabar.

Saudade é sempre assim...em qualquer lugar do mundo!!!!É assim dentro do coração de uma criança de 7 anos, ou dentro do peito surrado e cansado da vida de um velhinho de 102. Tanto faz.

Pra sentir saudade não tem idade, lugar, sexo nem nenhum outro tipo de pré-requisito. Basta estar vivo.



Tem gente que sente saudade da infância...das brincadeiras na rua e dos domingos no parque.

Tem gente que sente saudade de alguém que se foi...aquele amigo que partiu antes da hora, um avô ou irmão.

Tem gente que sente saudade do ex que terminou sem explicar e nunca mais mandou notícias...

...ou daquela melhor amiga que foi fazer intercâmbio na Suiça e também esqueceu de voltar pra casa.

Tem gente que sente saudade de tempos bons em que a turma era mais unida, ou que os pais eram mais presentes.

Mas, a pior das saudades é aquela que atormenta uma minoria (eu acho). Pessoas que sentem saudades de ser aquilo que elas poderiam ter sido mas nunca foram...por medo de tentar.



Saudade com gosto de dúvida que destrói o coração. Te coloca em paranóia tentando descobrir se o final teria sido feliz se estivesse hoje com o Antônio e não com José.

...se tivesse aceitado aquela incrível proposta de emprego...

...se tivesse fugido pro México quando descobriu que não tinha passado no vestibular...

...se tivesse aceitado o filho gay ou a filha grávida...

...se tivesse comprado uma bicicleta ao invés de casar, ou se tivesse plantado Girassóis no lugar das Margaridas.



Dúvidas que nos fazem matutar por horas, dias, anos...as vezes até pela vida toda.



Últimamente estou meio assim. Sentindo uma saudade nostalgica de muita coisa que vivi. Mas, sentindo também uma saudade covarde de tudo aquilo que passou batido, que foi trocado ou não aceito por comodismo, medo ou qualquer outro motivo banal.

Mas, tudo bem...talvez, se voltasse no tempo, eu faria tudo exatamente igual e hoje estaria aqui dessa mesma forma, com essa mesma saudade e esse mesmo gosto na boca, sem saber se é doce ou salgado.

No final das contas o que me sobra é o medo por estar sentindo isso já aos 24 anos sem saber se essa saudade inconsequente vai me atormentar pelo resto dos dias...
O importante é que 'daqui pra frente tudo vai ser diferente'. Não quero mais a saudade do ontem regada da dúvida do não saber, a partir de hoje declaro que essa saudade está condenada a viver na caixa escondida no fundo do armário.

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